Notícia Aberta
Codeplan traça perfil do afroempreendedor no Distrito Federal
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Estudo cruzou dados das pesquisas Nacional e Distrital por Amostra de Domicílios e a de Emprego e Desemprego. Jovens negros têm maior participação nos negócios que mulheres, mas no geral é alta a taxa de desocupação da população afrodescendente.
O fortalecimento das políticas públicas de incentivo a empreendedores de descendência africana é fundamental para a redução das desigualdades históricas. É o que mostra o estudo Perfil do Afroempreendedor no Distrito Federal, divulgado nesta segunda-feira (28).
A pesquisa, feita pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), confirma a relação entre concentração de população negra nas periferias com rendimentos mais baixos.
Percebe-se que homens negros jovens têm maior índice de participação em empreendedorismo do que as mulheres da mesma faixa etária. No geral, a taxa de desocupação da população afro é alta.
A análise das três plataformas levou em consideração dois perfis de empreendedores: por oportunidade e por necessidade. O primeiro está relacionado aos que possuem maior renda e escolaridade. Essa característica se destaca para pessoas em atividades formalizadas, com personalidade jurídica constituída e contribuintes da previdência.
Já o empreendedor por necessidade aproxima-se das condições dos trabalhadores informais, submetidos a situações de vulnerabilidade social. No caso dos homens negros, a pesquisa encontrou maior taxa de participação de jovens, resultado de uma situação que os obriga a contribuir com a renda familiar.
No caso das mulheres negras, a diferença de rendimento chega a R$ 1,7 mil a menos em relação aos homens.
A pesquisa, portanto, a seu ver, é essencial para formulação e implementação das políticas afirmativas. “A gente pode fundamentar agora a interlocução com as redes sociais de empreendedores negros”, explicou o subsecretário de Igualdade Racial do DF, Victor Nunes.
Ele destaca as dificuldades estruturais que o afroempreendedor encontra para seguir com a atividade. “A gente sabe que, mesmo não sendo por necessidade, o empreendedor negro enfrenta uma série de dificuldades. O racismo, muitas vezes, não permite o acesso dele aos espaços e, quando ele consegue, sente dificuldade em comercializar os produtos”, explica Nunes.
Acesse a íntegra da pesquisa aqui.
Reportagem: Maryna Lacerda, da Agência Brasília
Ilustração: Agência Brasília
Foto: Toninho Leite, Ascom Codeplan