20/03/2013 às 20h16 - Atualizado em 29/10/2018 às 11h59

Contra práticas discriminatórias, GDF sai na frente

Contra práticas discriminatórias, GDF sai na frente

COMPARTILHAR

Foi lançado hoje (20.3), pela manhã, no Salão Branco do Palácio do Buriti, o Disque Racismo 156 (opção 7) que tem por objetivo acolher as denúncias de práticas discriminatórias contra as populações negra, indígena, cigana, quilombola no Distrito Federal.

Trata-se de um serviço inédito no País que coloca o Distrito Federal como a primeira unidade da Federação a ter este tipo de serviço disponibilizado para a população.

O governador Agnelo Queiroz, acompanhado da primeira-dama do DF, Ilza Queiroz, antes de consolidar a assinatura do lançamento do Disque-Racismo, disse que o Distrito Federal é o território que respeita o direito à vida nas suas necessidades básicas e de proteção aos locais de culto. “Graças à parceria com a CODEPLAN, além da Defensoria Pública e a OAB, foi possível viabilizar este canal”.

Luíza Bairros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR, disse que é importante abrir um canal com o cidadão para receber questões relativas a preconceito racial, na véspera da comemoração dos 10 anos de criação da Secretaria.

A Central 156 atende das 7 às 19 horas, de segunda a sexta-feira e sábado, domingo e feriado, em regime de plantão, dispondo de vários serviços, entre eles o Telematrícula, o Disque Doação de Leite Materno, DFTrans, consulta a IPVA, IPTU, Bolsa Família e denúncias de violência contra a mulher.

RacismoJúlio350

“É com muita satisfação que a CODEPLAN se coloca como parceira. O Disque Racismo é mais um canal disponibilizado pela CODEPLAN, com equCODEPLAN treinada para atender o cidadão, para acolher as denúncias, por telefone, de discriminação racial. A opção 7 do 156 vai esclarecer, informar e monitorar as práticas discriminatórias e étnico-raciais”, afirmou Júlio Miragaya, presidente da CODEPLAN.

Para o vice-presidente da OAB/DF, Severino Cajazeiras, “o governo que tem a coragem de criar uma secretaria para atender as demandas discriminatórias é um governo livre do câncer social”. Disse, ainda, que o lançamento desse canal é um sonho realizado por pessoas como Jacira da Silva, ouvidora da Secretaria da Igualdade Racial, que sempre lutou. “Foi guerreira dos movimentos sociais”.

Exemplo dessa pacificação e respeito pela liberdade de culto é a convivência de Alexandre de Oxalá, conselheiro do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do DF ao lado de Wilson Barbosa, secretário da aliança dos negros e negras evangélicos do Brasil.

“Poder denunciar e ter os anseios atendidos é o que se espera do Disque Racismo”, alinhavou Alexandre de Oxalá.

Para Wilson Barbosa, a comunidade precisa perceber os seus direitos básicos à vida. “É uma apropriação de um direito, que agora, com este canal aberto, a comunidade pode ter a sua integridade garantida”, concluiu Barbosa.


Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial

Amanhã, dia 21 de março, celebra-se, em todo o mundo, o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em memória do Massacre de Shaperville, que aconteceu em 1960, quando 20.000 negros protestavam contra a lei do passe, que os obrigava a portar cartões de identificação, especificando os locais por onde eles poderiam circular, na cidade de Joanesburgo, na África do Sul, provocando a morte de 69 pessoas e 186 feridos.

A SEPPIR foi criada pela Medida Provisória n° 111, de 21 de março de 2003, convertida na Lei 10.678, e nasceu do reconhecimento das lutas históricas do Movimento Negro brasileiro, tendo por finalidade formular, coordenar, articular políticas, diretrizes para a promoção da igualdade racial e avaliar políicas públicas afirmativas de promoção da igualdade e da proteção dos direitos de indivíduos e grupos étnicos, com ênfase na população negra, afetados por discriminação racial e demais formas de intolerância.

Texto: Eliane Menezes
Fotos: Roberto Barroso e Toninho Leite