Em 2020, o Produto Interno Bruto do Distrito Federal (PIB) acumulou, em valores correntes, R$ 265,847 bilhões. A estimativa manteve a capital do Brasil na oitava posição entre as maiores economias estaduais do país, representando 3,5% do PIB nacional. Comparado a 2019, o número teve um recuo de dois prontos percentuais (3,7%).

Na atividade econômica, foi observado um impacto negativo nos resultados por conta do cenário pandêmico que se instalou no país. Em volume de (variação real), o DF teve sua segunda variação negativa de -2,8%, desde o início da série histórica iniciada em 1985. A primeira ocorreu em 2015 (-1,0%). Mesmo com as consequências, o índice de Brasília ficou acima da média brasileira (-3,3%) e obteve o décimo melhor desempenho real dentre as 27 unidades da federação. Por outro lado, na região Centro-Oeste, a capital ficou com o menor desempenho econômico, atrás de Mato Grosso do Sul, que cresceu 0,2%, Mato Grosso, com variação nula (0,0%) e Goiás, com recuo de -1,3%.

A justificativa para o comportamento da retração nas economias do Brasil e local ocorreu de formas e intensidades distintas, devido às diferenças das estruturas econômicas. O menos desfavorável do Distrito Federal frente ao nacional retratou as características da estrutura produtiva regional, pautada essencialmente pela dinâmica do setor de Serviços, com grande influência da atividade pública, que confere ao DF certa estabilidade, tanto em períodos de crise, quanto de progresso econômico. Visto que, em termos relativos, os setores Agropecuário e Industrial possuem pequena representatividade.

Ótica da produção – Da contribuição individual de cada atividade econômica no valor adicionado bruto da economia, o setor Agropecuário obteve a menor participação na estrutura produtiva brasiliense. No longo de 2020, o grupo totalizou R$ 1,6 bilhão de valor adicionado bruto. Em comparação com o PIB do ano anterior (2019), houve um aumento de 0,4% para 0,7%, respectivamente, gerando a maior participação desde o início da série histórica em 1985. O movimento positivo contrariou os efeitos da crise da pandemia de Covid-19, percebida nos demais setores. Em níveis nacionais, a Agropecuária também apontou crescimento médio de 4,2%.

A Indústria demonstrou quedo em volume de 0,8% no mesmo ano, quando confrontado com 2019. O agrupamento gerou ao valor adicionado R$ 10,9 bilhões. Apesar do recuo em termos reais houve alta dos preços médios praticados no setor. A participação relativa no valor adicionado total aumentou de 3,9% para 4,6% em 2019/20. No cenário federal, o setor industrial contraiu 3,0%.

Já o grupo de Serviços, que predomina a economia do Distrito Federal, contraiu 2,8% nos anos de comparação (2019 e 2020). Com valor adicionado bruto de R$ 227,815 bilhões em 2020, perdeu o posto de participação relativa na economia distrital, passando de 95,7% para 94,8% nos dois últimos índices. A queda foi resultado, em especial, do distanciamento social adotado durante a pandemia, que restringiram a produção e o consumo de serviços, onde nove das 11 atividades apresentaram volume negativo.

Ótica da renda – Na análise de remuneração dos empregados, excedente operacional bruto, rendimento misto e outros impostos sobre produção, a Conta da Renda no DF, apontou que o vencimento dos trabalhadores atingiu R$ 157,066 bilhões em 2020. Sua contribuição para o PIB do DF aumentou entre 2019 e 2020, saindo de 55,5% para 59,1%.

Os resultados do excedente operacional bruto e rendimento misto, apresentados em conjunto, alcançaram R$ 81,322 bilhões no ano, representando 30,6% do Produto Interno Bruto do Distrito Federal. Número com 1,9 ponto percentual menor que o do ano anterior (32,5%).

Se tratando dos impostos sobre produtos, líquidos de subsídios (R$ 25,466 bilhões) e outros impostos sobre a produção (R$ 1,993 bilhões), o valor adicionado foi de R$ 27,459 bilhões. Juntos representam 10,3% do PIB da capital e 14,5% do nacional.

Confira o Relatório do PIB do DF 2020 na íntegra e o Sumário Executivo.

Reportagem:  Kaszenlem Rocha, Ascom IPEDF