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29/11/16 às 14h30 - Atualizado em 31/03/23 às 17h30

Codeplan traça perfil do afroempreendedor no Distrito Federal

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Estudo cruzou dados das pesquisas Nacional e Distrital por Amostra de Domicílios e a de Emprego e Desemprego. Jovens negros têm maior participação nos negócios que mulheres, mas no geral é alta a taxa de desocupação da população afrodescendente.

 

O fortalecimento das políticas públicas de incentivo a empreendedores de descendência africana é fundamental para a redução das desigualdades históricas. É o que mostra o estudo Perfil do Afroempreendedor no Distrito Federal, divulgado nesta segunda-feira (28).

 

A pesquisa, feita pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), confirma a relação entre concentração de população negra nas periferias com rendimentos mais baixos.

 

Percebe-se que homens negros jovens têm maior índice de participação em empreendedorismo do que as mulheres da mesma faixa etária. No geral, a taxa de desocupação da população afro é alta.

 

Imagem Agencia Brasilia 161128-1O levantamento cruzou dados das pesquisas Distrital por Amostra de Domicílios 2013 (PDAD), da Codeplan; Nacional por Amostra de Domicílios, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); e de Emprego e Desemprego (PED), do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos (Dieese).

 

A análise das três plataformas levou em consideração dois perfis de empreendedores: por oportunidade e por necessidade. O primeiro está relacionado aos que possuem maior renda e escolaridade. Essa característica se destaca para pessoas em atividades formalizadas, com personalidade jurídica constituída e contribuintes da previdência.

 

Já o empreendedor por necessidade aproxima-se das condições dos trabalhadores informais, submetidos a situações de vulnerabilidade social. No caso dos homens negros, a pesquisa encontrou maior taxa de participação de jovens, resultado de uma situação que os obriga a contribuir com a renda familiar.

 

No caso das mulheres negras, a diferença de rendimento chega a R$ 1,7 mil a menos em relação aos homens.

 

Imagem Agencia Brasilia 161128-2A importância do estudo está em mostrar ausências de empreendedorismo em segmentos da população. “Os dados, muitas vezes, trazem pouca informação sobre o perfil do empreendedor hoje. Mas nós temos uma informação do onde está essa figura, de quem está fora do mercado e onde nossas políticas podem focalizar”, explica a diretora de Estudos e Políticas Sociais, Ana Maria Nogales Vasconcelos.

 

A pesquisa, portanto, a seu ver, é essencial para formulação e implementação das políticas afirmativas. “A gente pode fundamentar agora a interlocução com as redes sociais de empreendedores negros”, explicou o subsecretário de Igualdade Racial do DF, Victor Nunes.

 

Ele destaca as dificuldades estruturais que o afroempreendedor encontra para seguir com a atividade. “A gente sabe que, mesmo não sendo por necessidade, o empreendedor negro enfrenta uma série de dificuldades. O racismo, muitas vezes, não permite o acesso dele aos espaços e, quando ele consegue, sente dificuldade em comercializar os produtos”, explica Nunes.

 

Acesse a íntegra da pesquisa aqui.

 

Reportagem: Maryna Lacerda, da Agência Brasília
Ilustração: Agência Brasília
Foto: Toninho Leite, Ascom Codeplan

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