Boletim anual mostra que a taxa de desemprego total da população negra caiu em 2022
Na manhã desta terça-feira (31), o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) apresentaram o boletim anual sobre a População Negra e o Mercado de Trabalho no DF – 2022, elaborado em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado no Brasil em 20 de novembro.
O material que traz situação dos trabalhadores negros no Distrito Federal apontou que, em 2022, a População em Idade Ativa na época era majoritariamente compostas por pessoas negras (63,1%), o equivalente a 1.626 pessoas negras. Desse percentual, a cada três negros de 14 anos e mais, aproximadamente dois estavam inseridos no mercado de trabalho, espelhando uma taxa de participação de 66,1%, enquanto a taxa de participação dos não negros era de 61,0%.
A força de trabalho do Distrito Federal também era predominantemente negra (65,0%) no ano de 2022, assim como na parcela inativa da população (59,8%), porém, em menor percentual que sua presença na PIA e no mercado de trabalho. A justificativa para maior presença relativa dos negros na força de trabalho regional, mensurada pelas taxas de participação superiores, é a necessidade econômica de renda. No entanto, outros fatores também devem ser considerados, no confronto com 2021, a participação negra na força de trabalho regional recuou em 1.5 pontos percentuais, por outro lado, não houve alteração na presença não negra na População Economicamente Ativa (PEA).
No período de 2022, a PEA negra contava com 16,7% de pessoas desempregadas, enquanto a taxa de desemprego da parcela não negra no mercado de trabalho era de 13,5%. Porém, essas taxas foram menores em relação às observadas em 2021, onde eram de 19,7% e 14,9%.
Na composição do desemprego total, a taxa de desemprego aberto tem maior peso em relação à taxa de desemprego oculto. Entre 2021 e 2022, a retração na taxa de desemprego total da população negra espelhou declínios observados nas suas taxas de desemprego aberto e oculto, que passaram de 16,5% para 14,2% e de 3,1% para 2,5%, respectivamente. Para a população não negra, é possível demonstrar apenas o decréscimo da taxa de desemprego aberto, que passou de 13,1% para 12,1%.
Das características da ocupação, a análise mostra da Pesquisa de Emprego e Desemprego maior vulnerabilidade ocupacional por trabalhadores negros. De acordo com o levantamento, entre os ocupados na capital, a participação da população negra era superlativa no emprego doméstico, onde ocupavam mais de 80% dos postos de trabalho, percentual bastante acima da sua participação na ocupação total (64,2%). Na sequência, o trabalho autônomo (69,5%) e o assalariamento com (68,0%) e sem carteira assinada (66,8%) no setor privado.
A técnica e economista do Dieese, Lucia Garcia, explica que apesar dos números, pode se considerar como um resultado muito positivo. “As desvantagens sócio-políticas enfrentadas pela população negra são funcionais do ponto de vista econômico, pois garantem que parte da sociedade trabalhe muito e se mantenha desvalorizada. Vencer esta realidade constitui um desafio nacional e temos a tarefa de monitorar esta situação. No comparativo, entre 2022 e 2021, o mercado de trabalho do DF apresentou melhoria para a população negra que reduziu a presença no desemprego, isto porque houve declínio da participação e aumento da ocupação. Além disto, o rendimento da população negra ocupada cresceu. Obviamente, os passos dados são ainda insuficientes, mas, sem dúvida, são muito positivos”, disse.
Acesse o boletim população negra
Resultados mensais da Pesquisa de Emprego e Desemprego
Na mesma divulgação, foram apresentados os resultados mensais da Pesquisa de Emprego e Desemprego. Segundo o levantamento, a taxa de desemprego total da Periferia Metropolitana de Brasília (PMB) foi de 15,9%, 1,1 ponto percentual a menos que o observado em agosto (17%).
Com isso, a PMB registrou 541 mil pessoas ocupadas no mês, volume superior ao observado agosto. O resultado é graças ao acréscimo no nível de ocupação no setor de Serviços (4,2%, ou 13 mil), já que retraíram os contingentes no Comércio e reparação (-3,5%, ou -4 mil) e na Construção (-5,3%, ou-3mil).
Já a taxa de desemprego total do Distrito Federal ficou em 16,5%, devido ao número de postos de trabalho (menos 3 mil postos de trabalho) criados no mês analisado, onde permaneceu relativamente estável a População Economicamente Ativa (mais 2 mil pessoas no mercado de trabalho). O comportamento do contingente de ocupados decorreu da retração do número de postos de trabalho no setor de Serviços e na Indústria de transformação, visto ter crescido na Construção e praticamente não ter variado no Comércio e reparação.
Confira os boletins PMB, PED-DF e a apresentação
Texto: Kaszenlem Rocha, Ascom IPEDF
Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal
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