Em alusão ao Dia da Construção Civil (25/10), o Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) divulgou na manhã desta terça-feira (25), em cerimônia no Sindicato da Indústria da Construção Civil do Distrito Federal (Sinduscon-DF), o “O perfil do ocupado na construção na Área Metropolitana de Brasília em 2021“.
O boletim, realizado com base nos dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego, apresenta as principais características dos trabalhadores da Construção na capital do país e na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), composta pelos 12 municípios que compreendem o Entorno do DF: Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina de Goiás, Santo Antonio do Descoberto e Valparaíso de Goiás. Abrangendo uma perspectiva geral, também são apresentados indicadores para a Área Metropolitana de Brasília (AMB), composta pelo DF e a PMB.
De acordo com o levantamento, a Construção possui uma significativa capacidade de alocar mão de obra na região, visto que ela é responsável por 2% do Produto Interno Bruto (PIB) distrital. Em 2021, a população ocupada no DF foi estimada em 1,35 milhão de pessoas, das quais 78,9 mil realizavam atividades relacionadas à construção, o que representa 5,8% dos ocupados na capital federal. Na Periferia Metropolitana de Brasília (PMB), o setor é ainda mais importante. No mesmo período, o setor compreendia 64,2 mil pessoas, 12,8% do total da população ocupada nos 12 municípios limítrofes, indicando que uma a cada dez pessoas ocupadas trabalhavam na Construção.
A diretora de Estatística e Pesquisas Socioeconômicas do Instituto, Clarissa Schlabitz, explica: “O estudo mostra, de um lado, que o setor tem grande relevância no mercado de trabalho, empregando quase 6% dos ocupados do DF e 12% da PMB. De outro lado, a construção apresenta grande informalidade ocupacional, colocando seus ocupados em uma situação de maior vulnerabilidade. Diante desse retrato, há espaço para aprimorar o mercado de trabalho da construção, fortalecendo ainda mais seu papel estratégico na geração de emprego em renda da região”.
Perfil sociodemográfico
Definindo esses trabalhadores por gênero, 95,3% (75,1 mil) eram do sexo masculino, enquanto 4,7% eram do sexo feminino (3,7 mil). A predominância masculina nas ocupações é mais intensa na Construção do que nos demais segmentos produtivos da capital federal, onde os homens representavam, em média, 49,6% das ocupações. O mesmo padrão foi notado na PMB, onde 98,5% (63,2 mil) dos 64,2 mil ocupados no setor são homens. Apesar da diferença significante, há um potencial de crescimento e inserção de feminina na área.
Em relação a raça/cor, os trabalhadores da Construção que se declararam negros apresentaram uma participação acima da média no DF (81,90%) e na PMB (88,9%). Nos outros segmentos de atividade econômica, o percentual de ocupados negros para as duas regiões era de 67,5% e 62,5%, respectivamente, indicando que o setor é mais inclusivo que os demais.
A faixa etária dos ocupados no setor na AMB apresentou uma média de 30 a 49 anos (55,5%). Por outro lado, a PMB emprega, em maior número, jovens de 15 a 29 anos (24,2%).
A escolaridade é um dos aspectos relevantes para compreender o perfil desses trabalhadores. Na AMB, a grande maioria possuía ensino fundamental completo (55,8%) ou ensino médio completo (35,8%). No entanto, apenas 7,2% possuíam nível superior completo. Esse percentual é ainda menor na PMB, onde apenas 2,6% possuíam o mesmo grau de ensino, revelando que a mão de obra da Construção que reside nos municípios do Entorno é relativamente menos qualificada do que as residentes no DF.
Se tratando das formas de ocupação, foi observado que as principais funções são relacionadas a execução de trabalhos braçais, como pedreiros (46,8 mil ocupados ou 32,8%), serventes de obras (27,1 mil ocupados ou 18,9%) e pintores de obras (14,7 mil ocupados ou 10,3%). As ocupações de gestores da Construção, como mestre de obras (3,6% ou 5,2 mil pessoas) e engenheiro civil (0,9% ou 1,3 mil pessoas) possuem menor participação, o que é natural do processo produtivo de hierarquia vertical.
Dos trabalhadores que assumem o papel de chefe de família, a média foi de 72,2% a 73,6% entre a PMB, AMB e DF.
Renda
O rendimento médio dos ocupados no setor na AMB foi de R$ 2.075 em 2021, valor inferior à média das remunerações dos demais segmentos no mesmo ano, de R$ 3.263. Já na PMB, a remuneração média do setor foi de R$ 1.778, enquanto no DF, foi de R$ 2.356. As remunerações mais elevadas foram encontradas entre as mulheres na AMB e no DF, enquanto na PMB a remuneração dos homens é maior. Possivelmente, a diferença salarial encontrada na capital federal diz respeito ao tipo de ocupação que as mulheres assumem na Construção, por exemplo, com cargos de maior nível de qualificação.
Acesse aqui o boletim.
Reportagem: Kaszenlem Rocha, Ascom IPEDF
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