Estudo aponta que a maioria delas são acometidas pelo Alzheimer ou demência senil
O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) apresentou, na tarde desta quinta-feira (8), os resultados da pesquisa “Estudo sobre pessoas idosas com demência e cuidadores no Distrito Federal”. O levantamento traz do perfil sociodemográfico das pessoas idosas, residentes na capital, diagnosticadas com demência ou em processo de diagnóstico e de seus cuidadores, assim como a identificação dos serviços existentes para este público e suas demandas de cuidado.
Características dos cuidadores – Foram considerados três perfis para a realização do estudo: o cuidador/a familiar, aquele responsável pelo cuidado de pessoas idosas no caráter familiar, sem contrapartida financeira; o particular, que possui o mesmo conceito do familiar, mas recebe por prestar o serviço; e o institucionalizado, que estão presentes em instituições que prestam cuidados socioassistenciais para esse público.
As mulheres são predominantes como cuidadoras em todas as três subdivisões. Entre os cuidadores familiares, elas representam 81,6%, essa porcentagem é ainda maior entre os particulares (88,7%). Entre os institucionalizados, o percentual é de 79,4%. O perfil etário entre os perfis apresenta uma diferença. Os cuidadores familiares possuem média de idade de 50,9 anos, seguido dos particulares (40,9) e os institucionalizados (36,8).
A ótica do estudo passou a ser focada no público feminino, visto que elas são a maioria dentre os cuidadores. Se tratando de raça/cor, a maior proporção de mulheres negras é vista entre as cuidadoras particulares (80%). Para as cuidadoras familiares e institucionalizadas, a proporção dessa categorização é de 64,1% e 76%, respectivamente.
A relação de parentesco, avaliada apenas para as cuidadoras familiares, apresentou os seguintes números: filha (61%); neta (11,5%); e esposa (9,2%). Quanto ao estado civil, as categorias de cuidadoras particulares (58,8%) e institucionalizadas (53,6%), se declararam como “solteiras”. Por outro lado, dentro dos dois grupos citados, 22,5% e 36,1% afirmaram serem casadas. O padrão para as cuidadoras familiares é invertido, ou seja, número de casadas (38,6%), superior ao de solteiras (36,3%).
Dentre as cuidadoras das três categorias, a maioria tem apenas o ensino médio completo. Para as familiares, a proporção foi de 38%. Entre as cuidadoras particulares 62,5%. Já entre as institucionalizadas, a proporção foi de 51,9.
Os resultados referentes ao estado de saúde dessas cuidadoras, mostram uma melhor saúde auto-avaliada pelas cuidadoras particulares e as institucionalizadas em relação aos familiares. Entre as cuidadoras particulares 46,3% e 17,5% avaliam sua saúde como boa ou excelente, respectivamente. No grupo das cuidadoras institucionalizadas as proporções são de 45,9% e 15,9%. E entre as cuidadoras familiares 30,8% avaliam seu estado de saúde como sendo bom e 8,5% como sendo excelente.
Características das pessoas idosas – O perfil sociodemográfico dessas pessoas com demência, mostra uma alta faixa etária. A média observada para os que recebiam cuidado de familiares foi de 82,4 anos e 82,7 para os sob responsabilidades de cuidadoras contratadas. Assim como as cuidadoras, as mulheres idosas também são a maioria. Desse número, 68,5% fazem parte dos que são cuidados por familiares e 57,5% por particulares.
O diagnóstico de demência é maior entre as pessoas idosas sob cuidado das familiares ou particulares. Para o primeiro grupo a proporção foi de 85,8%, enquanto para os segundos, ainda maior, 91,9%.
Os tipos de demência mais comuns entre essas pessoas são os casos de Alzheimer e demência senil. Para as pessoas idosas sob os cuidados das cuidadoras familiares, 64% têm diagnóstico de Alzheimer, enquanto 73,8% estão entre aqueles sob responsabilidade das cuidadoras particulares. No que se refere a demência senil, as proporções, para os mesmos grupos, são de 16,1% e 15,4%.
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são os serviços de saúde mais procurados para as pessoas idosas sob cuidados das cuidadoras familiares, com 31,9%, seguido de consultórios particulares, com 22,7%. Para os cuidados pelas particulares, há uma inversão: uma maior procura de consultórios particulares, com 41,3%, ao invés das UBS (18,8%).
Confira o sumário executivo sobre os serviços ofertados
Reportagem: Kaszenlem Rocha, Ascom IPEDF
Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal
Setor de Administração Municipal – SAM, Bloco H, Setores Complementares – CEP: 70.620-080 E-mail: ipe@ipe.df.gov.br Telefone: 3342.2222