Governo do Distrito Federal
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25/11/22 às 10h15 - Atualizado em 7/11/24 às 16h01

Conheça a trajetória dos socioeducandos do Distrito Federal

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Estudo do IPEDF mostra que 87% dos jovens no sistema socioeducativo são meninos negros

 

O Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), apresentou na manhã de hoje (25) a “Trajetória dos Socioeducandos no Distrito Federal: Meio aberto e semiliberdade 2022”. O estudo, com o objetivo de retratar o perfil desses jovens na capital, levantou dados sobre as características socioeconômicas, trajetória escolar, relações familiares e pessoais, uso de drogas e situações de violência vivida por eles/as.

 

Perfil sociodemográfico – Os adolescentes do sexo masculino e negros são os mais presentes nesta realidade no DF, representando no total, 87%. Separados por idade, 52% dos jovens tinham entre 16 e 17 anos. No quesito renda, 38% deles/as faziam parte de famílias com média mensal de um e três salários mínimos.

 

Escolaridade – 56% dos jovens não frequentavam ou frequentavam pouco uma escola antes de começarem a cumprir a medida socioeducativa. No momento que a pesquisa foi realizada, 87% declararam estar estudando. Uma observação preocupante foi que entre os que interromperam a vida escolar (54%) o fizeram antes dos 15 anos.

Cerca de 87% deles/as repetiram de ano ao menos uma vez, a maioria por excesso de faltas. A taxa de distorção idade-série chega a ser 60% no geral e 81% entre os jovens da semiliberdade. Por outro lado, entre pessoas da mesma idade em toda a capital, a proporção não passa de 10%.

 

Trabalho – O emprego sendo ele formal ou informal (68%) esteve presente na vida desses adolescentes em algum momento (81%). 62% dos jovens trabalhavam ou procuravam por um trabalho quando estavam apreendidos. A média salarial de 53% deles era de meio salário mínimo.

 

Meio familiar – 63% residiam com até quatro pessoas na mesma casa e 35% com cinco ou mais familiares. Mais da metade (70%) moravam com a mãe e 51% são de família monoparental residindo só a com a mãe sem presença paterna.

Boa parte dos jovens recebiam limites em casa, como os responsáveis terem ciência de onde estão (53%), conhecerem as pessoas com quem estavam ao sair da residência (58%) e/ou terem hora para chegar em casa (47%).

Apesar das adversidades, 67% dos adolescentes afirmaram que sempre puderam contar com apoio emocional de seus responsáveis.

 

Uso de drogas – 80% dos jovens afirmaram que experimentaram algum tipo de droga lícita ou ilícita. 63% deles fizeram esse uso pela primeira vez entre 13 e 16 anos.

 

Violência – 44% afirmaram já ter sofrido ameaça ou humilhação, 49% indicaram que o ato veio de pessoas desconhecidas e 29% alegaram que o ato partiu da polícia. As agressões foram apontadas por 55% deles/as. Desse percentual, 15% foram no ambiente familiar e 40% fora desse âmbito.

 

Atos infracionais e apreensão – Em todo o sistema, roubo/furto e tráfico de drogas foram os mais cometidos pelos jovens. No meio aberto, 30% cumpriram medida por roubo e furto e 37% por tráfico. Já na semiliberdade, 78% por tráfico, respectivamente. A média de idade para cometimento do primeiro ato infracional no meio aberto era de 14 e 15 anos (40%) e 13 anos para a semiliberdade (48%).

 

Vivência na medida – 63% deles/as afirmaram mudanças de turma de amigos e passaram a frequentar mais a escola. A convivência deles no sistema também serviu para que 78% parassem ou diminuíssem o consumo de drogas.

 

Acesse aqui o Sumário Executivo – Trajetória dos socioeducandos DF – 2022

 

Reportagem:  Kaszenlem Rocha, Ascom IPEDF 

Foto:  Joel Rodrigues/Agência Brasília

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