Governo do Distrito Federal
30/03/16 às 19h06 - Atualizado em 29/10/18 às 11h46

Taxa de desemprego no DF sobe de 16,6% para 17,2%

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Construção civil teve alta de 9,5%, comparada a janeiro. Foi o setor que mais cresceu.

A taxa de desemprego total no Distrito Federal elevou-se, ao passar de 16,6%, em janeiro, para 17,2% em fevereiro, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada nesta manhã, 30, pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal, em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal, Dieese e Fundação Seade. Apesar do aumento, a Construção Civil mostrou resultado positivo com seis mil de trabalhadores a mais no mercado de trabalho, o equivalente a 9,5%, seguido pela Indústria de Transformação, com dois mil ou 4,4%.

“A PED, que é resultado de parceria com a CODEPLAN, é um produto extremamente importante. Ela permite a comparação entre as Regiões Metropolitanas em todo o País e mostra a tendência dos últimos cinco anos e dos últimos meses”, destacou o presidente da CODEPLAN, Lucio Rennó, ao apresentar a pesquisa para a imprensa.

Segundo suas componentes, a taxa de desemprego aberto, que se refere a pessoas que procuraram trabalho efetivamente nos 30 dias anteriores ao da pesquisa e não exerceram nenhum trabalho nos últimos sete dias, aumentou de 12,7% para 13,5%, e a de desemprego oculto variou de 3,9% para 3,8%. Refere-se a pessoas que realizam de forma irregular algum trabalho remunerado ou não remunerado e que procuraram trabalho nos 30 dias anteriores ao da pesquisa ou nos últimos doze meses, bem como as que não possuem trabalho nem procuraram também nos últimos 30 dias.

Para Lucio Rennó, o contingente de desempregados, em fevereiro, estimado em 265 mil pessoas – 8 mil a mais que no mês anterior – revela um dado preocupante. “Percebe-se que, nos últimos cinco anos, houve aumento do desemprego e queda dos desocupados, reflexo da crise por que passa o País”, considerou.

Com relação às Regiões Administrativas, segundo nível de renda, o Grupo 3, que reúne as regiões de renda mais baixa – Brazlândia, Ceilândia, Samambaia, Paranoá, São Sebastião, Santa Maria e Recanto das Emas, apresentou estabilidade na taxa de desemprego, permanecendo em 20,5%. Já no Grupo 2, renda intermediária – Gama, Taguatinga, Sobradinho, Planaltina, Núcleo Bandeirante, Guará, Cruzeiro, Candangolândia e Riacho Fundo – houve aumento de 13,0% para 14,4%. No Grupo 1 – de renda mais elevada – Plano Piloto, Lago Sul e Lago Norte – passou de 7,8% para 8,2%. “Mesmo assim, os dados têm mostrado ainda uma constante desigualdade nos últimos anos. O DF tem a maior distorção do País. Provavelmente seja fuga de talentos do setor privado para o público, fator que deve ser considerado”, pontuou Rennó.

A eliminação de 16 mil postos de trabalho ou -1,2% é resultado da redução do nível de ocupação, entretanto, foi atenuada pela saída de -8 mil ou -0,5% de pessoas da População Economicamente Ativa – PEA. A taxa de participação – indicador que estabelece a proporção de pessoas com 10 anos e mais, presentes no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas – passou de 61,2% para 60,8%, no período em análise. O setor mais afetado foi o dos Serviços, com -2,1% ou -19 mil empregos. Em contrapartida, no Comércio, houve relativa estabilidade, com -0,4% ou -1 mil e aumento na Indústria de Transformação, de 4,4% ou 2 mil, e na Construção, 9,5% ou seis mil.

Entre dezembro de 2015 e janeiro de 2016, o rendimento médio real dos ocupados pouco variou -0,3%, passando a corresponder a R$ 2.922. O rendimento médio real dos assalariados não se alterou, permanecendo em R$ 3.026. Para os trabalhadores autônomos, o rendimento médio real diminuiu 2,4%, passando para R$ 1.777. “Os autônomos tiveram forte participação no setor da Construção”, afirmou a coordenadora da PED, Adalgiza Lara Amaral, do Dieese.

Adalgiza disse que os altos números de desemprego ainda são reflexos das demissões ocorridas no início do ano. “É possível que haja melhoria nos índices de desemprego para o segundo semestre de 2016″.

“Apesar do registro de seis mil postos na Construção Civil, ainda é cedo para olhar com otimismo porque Brasília tem a segunda maior taxa de desemprego, logo atrás de Salvador.

“Diante de tantos números negativos, vale destacar a importância do comportamento dos dados da pesquisa dos 12 meses, disse Max Leno Almeida, do Dieese, presente na divulgação, mas, para o diretor de Estudos de Estudos Urbanos e Ambientais, Aldo Paviani, a revelação da permanente perda de postos de trabalho aponta para problemas em outros setores, como, por exemplo, a ocupação irregular do solo”, lembrou.

O diretor de Estudos de Pesquisas Socioeconômicas, Bruno de Oliveira Cruz, destacou que não só o desemprego cresceu mas, também, o tempo de procura por emprego.

O coordenador, gestor de Políticas Pública da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Gerson Júnior, presente na divulgação, apresentou algumas ações implementadas pela Secretaria. Ele disse que as ações têm como objetivo minimizar a situação do desemprego no Distrito Federal, entre eles o fomento ao empreendedorismo, a qualificação por meio de cursos.

PED mesa

Inserção ocupacional

Setor público

Houve redução no setor público (-2,2%, ou menos 6 mil).

Setor privado

No setor privado, cresceu o número do assalariamento com carteira de trabalho assinada (0,7%, ou 4 mil) e redução do sem carteira (-5,6%, ou -5 mil) e redução do sem carteira (-5,6%, ou -5 mil).

Empregados domésticos

Verificou-se estabilidade no número de empregados domésticos e redução no de autônomos (-1,3%, ou -2 mil) e no daqueles classificados nas demais posições (-6,1%, ou -7 mil).

Resultados de fevereiro

Reportagem: Eliane Menezes
Fotos:Toninho Leite

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