A Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada hoje (30), na Companhia de Planejamento do Distrito Federal (CODEPLAN), revela que a taxa de desemprego total no Distrito Federal aumentou de julho a agosto, quando o porcentual saltou de 13,6% para 14,2%. O contingente de desempregados, em agosto, foi estimado em 219 mil pessoas, 7 mil a mais do que no mês anterior.
Esse resultado decorreu da redução do nível de ocupação, com a eliminação de 29 mil postos de trabalho, mas foi atenuado pela saída de pessoas da População Economicamente Ativa, que sofreu retração de 21 mil postos.
No período analisado, a taxa de participação diminuiu de 62,6% para 61,6%. Esse indicador estabelece a proporção de pessoas a partir de dez anos presentes no mercado de trabalho como ocupadas ou desempregadas.
Em agosto, o nível de ocupação diminuiu 2,1% em comparação a julho: o contingente de ocupados foi estimado em 1,32 milhão de pessoas — 29 mil a menos do que no mês anterior. Em números absolutos, o setor mais prejudicado foi o de serviços, com 16 mil trabalhadores a menos, seguido por comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas, com retração de 10 mil. A indústria de transformação registrou 3 mil trabalhadores a menos, enquanto na construção foram 2 mil.
Segundo a pesquisa, a taxa de desemprego total também aumentou, entre julho e agosto deste ano, em todas as regiões do DF. No Lago Sul, Lago Norte e Plano Piloto, consideradas as RAs com maior poder aquisitivo, a taxa passou de 7,5% para 7,8%; nas regiões com renda intermediária – Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Planaltina, Riacho Fundo, Sobradinho e Taguatinga – cresceu de 11,0% para 11,5%. O grupo que concentra as regiões com menor poder aquisitivo – Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Recanto das Emas, Samambaia, Santa Maria e São Sebastião – registrou o maior aumento, de 16,4% para 17,2%.
No mês em análise, o nível de ocupação diminuiu 2,1%, e o contingente de ocupados foi estimado em 1.320 mil pessoas, 29 mil a menos do que no mês anterior, consequência dos decréscimos ocorridos nos Serviços (-1,7% ou -16 mil); no Comércio (-3,8% ou -10 mil); na Indústria de Transformação (-6,1% ou -3 mil); e na Construção (-2,4% ou -2 mil).
Com relação ao número de assalariados, houve queda de1,5%, fruto do desempenho negativo no setor privado (-2,0%). No setor público, com menor intensidade (-0,4%). No setor privado, também caiu o assalariamento com carteira de trabalho assinada (-1,7% ou -10 mil) e o sem carteira (-3,9%, ou -4 mil). Tanto o número de autônomos (-3,5% ou -6 mil) quanto o número de empregados domésticos (-8,0% ou -7 mil) caíram, enquanto permaneceu praticamente estável o daqueles classificados nas demais posições (-0,9%, ou -1 mil).
Ainda nesse período, a massa de rendimentos reais ficou estável para os ocupados e diminuiu para os assalariados (-2,6%). No caso dos ocupados, esse resultado deveu-se à relativa estabilidade do nível de ocupação e do rendimento médio real e, no dos assalariados, da redução do salário médio e do nível de emprego. Para Bruno Cruz, diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da CODEPLAN, a má notícia é a redução nos postos de trabalho. Em contrapartida, existe a boa notícia da estabilidade na massa dos assalariados.
“Os dados mostram aumento da precarização do trabalho. O cenário vem mudando”, enfatizou Adalgisa Lara, coordenadora da PED pelo Dieese. Disse, ainda, que houve redução no comércio e serviços relacionados à maior qualificação profissional.
Veja a pesquisa aqui.
Reportagem: Eliane Menezes, com Agência Brasília
Foto: Toninho Leite
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